"Como um tornado tropical, a vida desconhecida e misteriosa de um distante Novo Mundo caiu sobre nós, tirando o nosso fôlego com suas tempestades e paixões".
Com essas palavras, a filóloga e pesquisadora de literatura latino-americana da antiga União Soviética Vera Kuteishchikova (URSS) saudou, em um artigo no influente semanário de cultura Literaturnaia Gazeta, o 70º aniversário de Jorge Amado, em 1982.
A frase dá uma boa ideia do impacto da obra do escritor baiano - cujo centenário de nascimento está sendo celebrado nesta sexta-feira (10) - não apenas na Rússia, mas também em outros países do Leste Europeu nos tempos do comunismo, um fenômeno talvez pouco conhecido do público brasileiro.
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Vários livros de Amado foram traduzidos e publicados nos países comunistas. Na Rússia, segundo informações levantadas pela pesquisadora e tradutora Elena Beliakova, da Universidade Estatal Cherepovets, o primeiro foi "São Jorge de Ilhéus", lançado pela editora Literatura Estrangeira em 1948, cinco anos antes da morte de Stalin.
Mensagem
Em um primeiro momento, como sugere Beliakova no ensaio Percepções de Jorge Amado na Rússia, a preocupação dos burocratas que decidiam, em nome do Estado, o que poderia ou não ser distribuído ao ávido público leitor soviético em pleno auge do stalinismo, era com a "mensagem".
Fonte: Último Segundo IG
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