sexta-feira, 29 de abril de 2011

MON e Instituto Moreira Salles apresentam mostra de Maureen Bisilliat, fotógrafa do universo literário de Jorge Amado


A exposição conta com 250 fotografias com séries que vão do Xingu ao Japão. (foto: Divulgação/ MON ( Maureen Bisilliat))

A partir de 30 de abril, o Museu Oscar Niemeyer, em parceria com o Instituto Moreira Salles (IMS), apresenta a mostra Maureen Bisilliat: fotografias, com uma seleção de mais de 250 imagens editadas pela própria fotógrafa com a colaboração dos curadores do IMS. A abertura da mostra acontece neste sábado (29), às 11h. Na ocasião, a fotógrafa Maureen Bisilliat conduzirá o público em uma visita guiada, logo ao início do evento. O público em geral terá entrada gratuita no período de 10h e 12h.

A exposição é composta por alguns dos ensaios fotográficos mais conhecidos de Maureen, como as equivalências fotográficas sobre os universos literários de Guimarães Rosa, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna e Euclides da Cunha. Também fazem parte da mostra fotografias do ensaio Pele Preta, com imagens feitas quando Maureen era estudante e frequentava ateliês de modelo vivo. 

Além das referências literárias, a mostra sintetiza situações vividas ao longo de mais de 50 anos de carreira de Maureen, seja nas viagens ao Japão, África e Bolívia, ou durante os anos dedicados ao fotojornalismo, com os ensaios Caranguejeiras, Mangueira e China.

Na série dedicada ao Xingu, os visitantes da mostra poderão ver uma canoa, com seis metros de comprimento, produzida de acordo com a tradição indígena. Além disso, durante toda a mostra, haverá a projeção de Xingu/Terra, documentário feito na década de 1980 por Maureen Bisilliat e Lúcio Kodato, rodado na aldeia mehinaku, no Alto do Xingu.

O objetivo da exposição é realizar uma leitura simultânea entre a produção fotográfica e a produção editorial de Maureen Bisilliat, revelando tanto a fotógrafa como a editora de imagens e textos reunidos nas diversas publicações que produziu. Por isso, haverá na mostra um espaço dedicado ao processo gráfico e de concepção intelectual de Maureen, reunindo, além das suas publicações, grande parte do material que serviu de base para sua criação: correspondências com Jorge Amado, conversas com Guimarães Rosa, recortes de jornais, provas de gráfica e fotografias.

Também há na exposição um capitulo voltado à variada produção artística da fotógrafa, marcada principalmente após a década de 1970, com referências à extinta galeria O Bode, dedicada à divulgação da arte popular brasileira; ao seu trabalho como curadora no Pavilhão da Criatividade, no Memorial da América Latina; e à sua atuação em projetos sociais ligados à produção audiovisual, em parceria com a filha Sophia Bisilliat.

A exposição, com fotos do acervo Instituto Moreira Salles, já passou pela Galeria de Arte do SESI-SP e pelo centro cultural do IMS, no Rio de Janeiro.
SHEILA MAUREEN BISILLIAT - A fotógrafa nasceu em Englefieldgreen, Surrey, Inglaterra, em 1931. Estudou pintura com André Lothe em Paris (1955) e no Art Students League em Nova York (1957) antes de se fixar definitivamente no Brasil em 1957, na cidade de São Paulo. Trabalhou para a Editora Abril entre 1964 e 1972, fotografando para várias publicações, das quais destaca-se a revista Realidade.

É autora de livros de fotografia inspirados em obras de grandes escritores brasileiros, como A João Guimarães Rosa, em 1966; Sertões – Luz e trevas, de 1983, baseado no clássico de Euclides da Cunha (1866-1909); O cão sem plumas, de 1984, referenciado no poema de mesmo título de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), e Bahia amada amado, de 1996, com seleção de textos de Jorge Amado (1912-2001).

Em 1985, expõe em sala especial na 18ª Bienal Internacional de São Paulo um ensaio fotográfico inspirado no livro O turista aprendiz, de Mário de Andrade (1893-1945). Ela produziu, ainda, Xingu – Território tribal (1979) e Terras do rio São Francisco (1985). A partir da década de 1980, dedicou-se ao trabalho em vídeo, com destaque para Xingu/terra, documentário de longa-metragem rodado com Lúcio Kodato na aldeia mehinaku, no Alto Xingu.

Recebeu bolsa da John Simon Guggenheim Foundation, Estados Unidos (1970), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (1981/1987), da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (1984/1987) e da Japan Foundation (1987). Formou o acervo de arte popular do Pavilhão da Criatividade do Memorial da América Latina, São Paulo, o qual dirige desde 1988. Ela obteve o prêmio de Melhor Fotógrafo da Associação dos Críticos de Arte de São Paulo (1987).
Em dezembro de 2003, sua obra fotográfica completa, composta por cerca de 16 mil imagens - fotografias, negativos preto e branco e cromos coloridos, nos formatos 35 mm e 6 x 6 cm - foi incorporada ao acervo fotográfico do Instituto Moreira Salles.

SERVIÇO:

Local:Museu Oscar Niemeyer
Endereço: Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico
Data e horário: Entre 30 de abril e 31 de julho –, de terça a domingo, 10h às 18h
Preço: R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia entrada). Gratuito para grupos agendados da rede pública, do ensino fundamental e médio, para crianças até 12 anos, maiores de 60 anos e no primeiro domingo de cada mês.

Fonte: Bem Paraná

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