sábado, 21 de maio de 2011

Mais novidades sobre a peça "Dona Flor e Seus Dois Maridos"



Carol Castro não vive apenas Flor. Até porque, a personagem, nascida nas páginas de Jorge Amado, desdobra-se em muitas. Vive Flores. Aquela que, sob a tutela da mãe, deveria se casar virgem; ou aquela outra que se enamorou com o cafajeste Vadinho. Ainda há muitas outras: a reclamar da vida com (e sem) Vadinho ou até mesmo a que não admite estabelecer um triângulo amoroso do além. Para conhecê-las, sob a ótica da atriz, o espectador deve assistir à versão teatral "Dona Flor e Seus Dois Maridos", em cartaz neste final de semana no Teatro Municipal "Sylvia de Alencar Matheus", em Vinhedo.

Durante os intervalos de gravação da novela "Morde & Assopra", a atriz Carol Castro conversou com a reportagem do
EPTV.com. Está de volta ao teatro para viver Flor. O espetáculo, sob a direção de Pedro Vasconcelos, está em temporada há 4 anos. Carol permaneceu dois, por um ano foi substituída por Fernanda Paes Leme, e retorna à cena. Divide o palco com Marcelo Faria (Vadinho), Duda Ribeiro (Dr. Theodoro) e outros oito atores. O distanciamento a fez refletir sobre Flor: "Voltei mais despeocupada. Isso trouxe frescor à Flor", explica a atriz.
 
Quando leu a adaptação do romance do baiano para o teatro, Carol Castro não hesitou em se comparar com Flor. Encontrou mais diferenças, reconhece. "A questão da época pesou bastante. A história se passa nos anos 40, com uma cultura totalmente distante da minha. Isso me desafiou". Por outro lado, havia um toque de cumpliciadde entre as duas. "Feito a Flor, sou muito à flor da pele. Pode até parecer clichê". Ao ser questionada sobre a cena que sintetiza a obra, Carol Castro pensa. Tenta desvencilhar da resposta, mas afirma: "Aquela em que, na volta da luz, os três estão deitados na mesma cama. É a foto do cartaz. Tem um apelo muito interessante".
A trama do espetáculo traz ao fundo canções de Dorival Caymmi. Ora playback, como "Acontece que eu sou baiano", ora ao vivo, na voz e instrumentos dos atores, como "Morena do Mar". Suposição: a trama de Jorge Amado poderia entrar na partitura de outro compositor que não seja Caymmi? "Possível é, mas fica um pouco difícil. Além de dar um toque especial, o próprio Caymmi aparece na história. Ele participa da serenata que Vadinho faz para Flor". Aos mais reacatados, como as beatas vizinhas de Flor, a versão teatral não traz tapa-sexo a Vadinho. O ator Marcelo Faria aparece nu em cena. Flor também se despe em alguns momentos.

A fim de enfrentar a dificuldade de transpor o romance para a cena teatro, a dupla Faria e Vasconcelos optou pelo uso do blackout. A plateia, entre quadros (alguns em flashback), confere a história contada por Jorge Amado com sabor do Pelourinho. "A trama é muito atual e universal. Mostra uma mulher em busca do verdadeiro amor. É uma comédia, com a força do drama", avalia a atriz. Flor a contagiou. Basta incitar, para a atriz se disparar a citar a força das mulheres na obra do baiano. "Ele escreveu muito bem as mulheres...". Arriscaria viver Gabriela ou Tieta? "Ainda estou muito contagiada por Flor", desconversa.

A obra de Amado contagia. Carol se recorda de uma passagem inusitada. Aconteceu em Belém, no Pará. Além das sessões lotarem, os espectadores foram revisitar a literatura do baiano. "Um espectador nos escreveu dizendo que foi à biblioteca dias após e que todos os livros de Jorge Amado tinham sido retirados. Não só o 'Dona Flor', mas todos".  


Serviço
O quê:
"Dona Flor e Seus Dois Maridos", de Jorge Amado
Quando
: Sábado (21), às 21h, e domingo (22), às 19h
Onde:
Teatro Municipal "Sylvia de Alencar Matheus" (Rua Monteiro de Barros, 101, Centro, Vinhedo, fone: 19 - 3826-2821)
Quanto:
 R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia)
Informações: www.donafloreseusdoismaridos.com.br  


 Fonte: Site EP Campinas

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